quinta-feira, 11 de maio de 2023

Promotor de Justiça denuncia as atrocidades do vulgo "Comandante Oliveira" contra crianças e adolescentes de Esperantinópolis

 Além de submeter menores de idade a tratamento desumano, ele foi denunciado por manter relacionamento com uma delas

Esse é o Aglaisio, o suposto Comandante Oliveira 


O Ministério Público do Maranhão, através da Promotoria de Esperantinópolis, emitiu uma denúncia no último dia 4 contra o delinquente que se intitula “Comandante Oliveira”, cujo o nome verdadeiro é Aglaisio Oliveira Silva. Na peça encaminhada à juíza titular da Comarca, o promotor Francisco Jansen Lopes Sales, elenca diversas várias práticas abusivas realizadas pelo Comandante Oliveira, enquanto ele usurpava de um cargo que não detém oficialmente. Algaisio se auto proclamou “Comandante do Corpo de Bombeiros Civil, sem ser de fato, não tendo nenhuma autorização de usar esse título. O Corpo Bombeiro Civil do Brasil já se manifestou que desconhece Aglaisio como membro da instituição e que a mesma não usa nenhum posto como nome Comandante.

O promotor de Esperantinópolis denuncia Aglaisio por tirar vantagens financeiras como um falso bombeiro desde 2019 e, de forma irresponsável, vem colocando a saúde de vários adolescentes em perigo. As vítimas, que ficam sob seus cuidados, eram privadas de alimentação, realizavam trabalhos inadequados, excessivos e sofriam abusos por meio de correção e disciplina.

O promotor explica que Aglaisio se apresenta como "entendido" na área de primeiros socorros, se apresentando em escolas públicas municipais, se oferecendo para palestrar sobre o assunto, muitas vezes cobrando. Os diretores das escolas, acreditando nele acabavam permitindo. Era através dessas palestras que ele recrutava adolescentes para o "curso de bombeiro mirim", em que os jovens sofriam os diversos abusos citados. Como suposto bombeiro civil, Aglaisio emitia pareceres, licenças, fazia cursos de capacitação duvidosos e formação em atividades usurpando a função da corporação legalizada e verdadeiramente qualificada.

As principais vítimas de tal “Comandante Oliveira” são adolescentes e crianças de Esperantinópolis. O documento redigido pelo MPMA cita um verdadeiro show de horrores e o órgão agora busca punição da justiça contra ele. Na peça, o MP de Esperantinópolis informa que o Comandante Oliveira já passou de todos os limites, chegando até mesmo a manter um relacionamento com uma das adolescentes que ele treinava, trata-se de uma jovem que estudava até então na Escola João Almeida.

Sobre maus-tratos, um dos casos citados menciona uma criança que sofreu desmaio ao se submeter a um dos treinamentos pesados dado por ele. Ela não tinha recebido nem café da manhã e nem almoço, e, em vez dele prestar socorro ao jovem, chegou a ameaçar uma mulher que levou a criança desmaiada para o hospital. A mulher, que não faz parte da equipe do "bombeiros mirim" foi repreendida pelo Comandante Oliveira simplesmente por socorrer a criança.

Na peça, é mencionado que ele demonstrava comportamento autoritário e dizia que as crianças eram preparadas e treinadas para "todo tipo de acontecimento, inclusive o de desmaio", e que outras pessoas que não fazem parte do corpo de bombeiros mirins "jamais poderiam se meter", caso contrario ele mesmo iria tomar as devidas providências.

Infelizmente esse não foi o único caso. Médicos e enfermeiras do Hospital Santa Marta já disseram que atenderam alunos do curso mais de uma vez, e que eles sempre chegavam ao hospital trazidos por outras pessoas que não pertenciam ao programa. Além desses absurdos, a peça do MPMA cita que uma das crianças que havia desmaiado foi repreendida por ter passado mal e ter aceitado receber atendimento no hospital por uma pessoa de fora do programa. Tais casos aconteciam sem que os pais das crianças fossem informados.

Outro caso aconteceu num evento realizado no Povoado Ingarana, supostamente feito para proporcionar momentos de lazer aos jovens e que estava programado para o Cmt Oliveira realizar um treinamento com 120 crianças num espaço separado. Acontece que uma denúncia aponta, durante o dia, cinco meninas desmaiaram nesse encontro, enquanto outros bombeiros mirins tentavam reanimá-los. Em nenhum momento o Cmt. Oliveira ofereceu ajuda

Ao todo, são oito testemunhas que colaboraram com as denúncias. Pais das crianças mal tratadas por ele e muitos outros moradores de Esperantinópolis indignados agora pedem por justiça, afirmando que o falso "comandante" Oliveira seja punido.

Leia o que disse o promotor de Esperantinópolis sobre o tal comandante Oliveira:

Evidenciou-se, ainda, que o Denunciado estaria, conforme postagens do próprio COMANDANTE OLIVEIRA, atuando no atendimento de ocorrências na própria cidade e realizando cobranças. 

Em seu interrogatório, o Denunciado afirma que é Comandante do Corpo de Bombeiros Civil e que todas as suas atividades são respaldadas em lei.( id. 57855903) 

Ao Denunciado fora proposto Acordo de Não Persecução Penal, porém, ele recusou o acordo. 

A materialidade e os indícios de autoria do crime retiram-se dos autos notadamente pelas das fotos acostadas dos autos, dos depoimentos das testemunhas, do relatório emitido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão. 

Diante do exposto o Ministério Público denuncia AGLASIO OLIVEIRA SILVA, vulgo “COMANDANTE OLIVEIRA” , como incurso nas penas dos arts.136 e 328, parágrafo único, na forma do art. 69, todos do Código Penal, e requer a citação do Denunciado para se ver processar, intimando-se as testemunhas a seguir arroladas para serem ouvidas em juízo, seguindo-se nos demais termos e atos, até final sentença e condenação nas penas dos dispositivos legais acima citados. Esperantinópolis -MA, 04 de maio de 2022









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